Amor denso
As vezes nos perdemos
Em pessoas que não querem nos achar
Em olhos que não nos enxergam
E ficamos vagando
E divagando pelas frestas que hora nos abrem
Ou nos buracos que acreditamos serem portas
Mas sequer janelas são
Tentamos ultrapassar paredes
Feito fantasmas
Até que viramos fantasmas reais
Coadjuvantes de nossa própria vida
E carregamos o peso da dor
Da culpa
E do que chamamos de amor
Mas não é
É definhamento, perecimento
É denso
Que cega, sufoca, esgarça
Estrangula a nossa capacidade
De buscar o amor em nós
E de arar e amar a nossa própria terra
Helô Silva