Amor denso

As vezes nos perdemos

Em pessoas que não querem nos achar

Em olhos que não nos enxergam

E ficamos vagando

E divagando pelas frestas que hora nos abrem

Ou nos buracos que acreditamos serem portas

Mas sequer janelas são

Tentamos ultrapassar paredes

Feito fantasmas

Até que viramos fantasmas reais

Coadjuvantes de nossa própria vida

E carregamos o peso da dor

Da culpa

E do que chamamos de amor

Mas não é

É definhamento, perecimento

É denso

Que cega, sufoca, esgarça

Estrangula a nossa capacidade

De buscar o amor em nós

E de arar e amar a nossa própria terra

Helô Silva

Helomidade
Enviado por Helomidade em 17/02/2024
Código do texto: T8001246
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