Esclerose.
Desconheço-me. A insolitude brutal apodera-se de mim. Enturva-me. Dilacera-me. Falta-me fôlego ao real; falta-me a intrepidez para o compreender. É-me escasso o entendimento, a solidez. Turbou-se-me algo de indefinível. Afugenta-me. Esmaga-me. Uma angústia pestilenta e inquieta se rasteja dentro de mim. Ora, a lucidez deixa-me também? Tal melancolia embriaga-me; causa-me a perda de sentido, seja no todo, no tudo ou no nada. Será a causa do infortúnio da minha afetação, da minha pusilanimidade? Aliena-me indomavelmente. Amarga-me. E faz-me perder-me e esvaziar-me de mim mesma. As relutâncias repercutem-me incansavelmente, estupidificam-me. Ou converter-se-á o tremor sombrio num assombro para com o colosso, porventura, obscuro?