Dulcedo Ineffabilis
Há algo de irrequieto no silêncio da noite, brisa fria que beija e resfria meu coração.
Pensamentos sobre minha trajetória até aqui e sobre o caminho pela frente.
Erros e anseios.
Más marcas que deixei em almas alheias, o mau toque do meu existir sobre outras vidas...
Meu amar e meu agir são tortos, egoístas, imperfeitos. Não amo verdadeiramente.
Eu errei e continuo errando. E, por isso, sangro e sinto o peso da culpa e da vergonha nos recessos do meu ser.
Minha existência imperfeita buscando a retidão de caráter e ações, ansiando a perfeição de alma e coração, querendo ser fonte de amor universal, puro (embora eu ainda esteja longe disso)...
"Dulcedo ineffabilis" - ainda distante.
Eu quero, eu desejo ser dulcedo ineffabilis.
Quero ser empatia.
Quero, além do sangrar já citado, a sangria do pleno amor universal em mim!
Sobre meus anseios... Eu os tenho e os desejo profundamente.
Quero voltar ou estar ainda mais perto do seio de tudo aquilo que amo e que faz de mim quem eu sou, congregar novamente com a profunda essência e beleza dos meus amores.
Senti-los preencher meu corpo, coração e mente como a cada inspiração do respirar.
(Gênnifer Gonçalves)
(01/01/2021)