ONDE HABITA O TEMPO?
Se o passado já não mais existe e o futuro ainda não nasceu, onde se encontra o presente, se não, no breve fragmento entre o viver e o morrer de um piscar de olhos.
Dizemos: "Vivamos o agora!" - Mas onde ele se encontra, se tudo o que temos são frações de memórias agrupadas em uma gaveta chamada passado.
Se o tempo não é eterno e, o que há de vir não existe, e o que é, já não é mais, seriamos um vislumbre do que um dia fomos sem saber que eramos?
Estaríamos nós presente em nossa própria existência ou estamos nós apenas observando um passado do qual o futuro/presente passou tão avassaladoramente que nos deixou expostos, à deriva de um tempo passado do qual não podemos nos libertar?
Onde estamos nós, se não, num recuo constante de um tempo que avança sem nos permitir desfrutar, no presente, algo que não esteja embalado no passado.
Assim como a ideia futura que escrevo, se torna presente, no mesmo instante ela se torna passado ao colocar de cada letra e, consequentemente, uma lembrança que dita ter eu vivido, anteriormente, um futuro e um presente, mesmo que por uma fração de tempo.
Embora eu tente entender, minha frágil mente jamais conseguirá decifrar, muito menos mensurar a grandiosidade e os mistérios que giram em torno do existir dentro de um tempo que não se pode contar.