Café de Calçada
Hoje, sentei-me na esquina do meu pensar
Coluna ereta perna cruzada
Distraidamente...
Ao estilo café de calçada
Sem aviso ou anúncio, sequer um arauto
Iniciou-se o desfile de vestimentas rotas d'alma
Sombras esquecidas e mortas do que fui
Plácidas e tristemente por ali perambulavam
Creio que clamavam explicação por serem preteridas
E, eu sendo silêncio observava...
Afinal, as mudanças tendem a não serem compreendidas
O novo tende a ser renegado até ser estimado
Talvez o meu eu de hoje seja no futuro o passado
Dando voz e sentido as sombras mortas esquecidas de mim.