Borboletas
Não existe milagre, nem sorte. O lance é sentir. Arrepios por toda parte. Não crio pelo em ovos, nem ponho chifres em cavalos. É só deixar fluir. Soltar as palavras. Moldar os pensamentos selvagens. Treinar a imaginação inquieta. Às vezes realidade. Noutras vezes ficção. Sempre poesia. E nem importa que fronteiras dividem a construção. Sem gaiolas. Borboletas encontram os céus. Se quero contar tudo o que sinto, vivo, experimento. Que seja assim. Não há dívidas com o tempo. Nem dúvidas sobre como fazer. Não é receita. É pura magia. E a cada qual o seu próprio conto. Quando a criatividade transcende o delírio, frases despertas se espalham pelas telas em branco. Nem sempre acontece. Mas, quando vem é como um abraço envolvente que conquista e acende a chama. Impossível resistir. Tem que deixar brotar. Flores e cores para enfeitar corações. Criar é uma força imperiosa. Acima dos julgamentos e incertezas. Se já não traço versos, nem sei onde fica a métrica, que sejam rabiscos, rascunhos, composições imprevistas. A verdade é essa... Preciso simplesmente escrever.
*Si*