Liberdade 2
Liberdade 2
Onde poderia me ater, tremer, esmorecer de amor e acolhida, se não fosse sob e sobre o domínio das Asas da Liberdade.
Ah! Como fui ignorante no pensar amiúde dos homens deste orbe, que as Asas seriam as minhas que haveria de resgatar, que seriam minhas, as escolhas, que nunca tinha tido oportunidade de fazer uso.
Ah, quanta birra desnecessária, tontices e devaneios, apontando aqui e acolá culpados, os inocentes, que assim como eu, estavam a alisar apontamentos de redenção, subterfúgios dos enfraquecidos de empoderamento interno para o ato de voltar-se para seus interiores, e buscar a água da fonte.
Mas quando m'alma foi levada para o monte das lamentações interior, Universal a todo desistente, tive a oportunidade de poder ser honesta na escolha, pedindo arrego, entregando as armas que havia conquistado para estar para o mundo, brinquedinhos absoletos, inúteis para o viver das primícias do mundo superior.
Houve a expressão do cansaço que acompanhava de não sentir mais nada que pudesse levar à completude.
Sim! Cansaço de não sentir nada. O oco de sentido havia corroído, e as chagas da alma expostas.
No monte interno dos emudecidos.
Lá, o silêncio ruge...É o próprio Deus.
O calado não toma parte, somente recebe, vive num apartado onipresente.
Como que a natureza Divina Amorosa se achega e faz por ceder sua essência em forma de uma brisa amorosa, a de estar -não estar.
Lá, cessa argumentos do fracasso de ser gente, de ser templo vazio, feito pelos condicionamentos forjados pela raça; família, religião, ancestralidade, sangue, cultura, manufaturada pelo homem terreno.
Lá, vige somente um eu plasmado...sem ser
Sobrevivendo somente uma vontade
Soberana
Intrépida
A de continuar querendo estar
Como o filho pródigo da parábola citada pelo mestre, que retorna ao Lar.
Se apresenta no monte das lamentações
E fica...aguarda...aguarda a decisão definidora
De quem?
Da Alma falida? Ou do Pai? Ou da Mãe-Pai Divinos?