DIVAGAÇÕES
A velocidade crescente da tecnologia deveria ser inversamente proporcional à vida, assim quais são seus efeitos: aproxima-nos o mundo e nos distancia de nós; elenca coisas desnecessárias e desvia-nos das prioritárias; insere-nos em questões que não nos dizem respeito cobrando um posicionamento que gere divergências... e a vida prossegue sem que percebamos... sem seguidores, curtidas ou likes. Do lado de fora de nós mesmos, o sol brilha indicando um caminho; os pássaros, que não possuem celulares, cantam alegremente tematizando a existência; as folhagens bailam acariciadas pelo vento... e a vida segue... com simplicidade... enquanto uma enxurrada de mensagens chega e nos cobra respostas imediatas, na hora do almoço, na hora da prece, na hora do descanso...
Influências do mundo moderno que produzem “influencers” como profissão, quando o que desejamos é apenas sermos nós mesmos, protagonizando as diferenças que nos tornam iguais. O tempo para... e a singularidade de meu mundo ganha voz no silêncio de uma borboleta pairando sobre o fio de arame que sustenta as roupas lavadas; na sanga que canta movimentando o viver; no entretenimento das galinhas ciscando o terreiro... na vida que é vida... (por favor, é apenas o que sinto, não quero influenciar ninguém).
E a vida segue... deixando realmente de viver... (pronto, agora já posso religar meu celular...)