Incógnitas

Apesar de ter se passado tanto tempo ainda era como ela se lembrava, o beijo, o toque tudo era igual. As mesmas sensações de anos atrás a invadiram naquela manhã fria de inverno. Chovia, congelava, mas o calor daqueles braços a envolveram de forma inebriante.

Nada que acontecesse poderia fazê-la esquecer de todo o sentimento envolvido. Ele voltou, e ela , sem ao menos titubear entregou-se novamente àquele amor. O mesmo amor que a fez chorar antes, o mesmo amor que a orientou e desorientou aquele amor imenso e insano.

A única diferença foram as lágrimas que rolaram face abaixo, sem entendê-las, ela apenas as enxugou e beijou levemente aqueles olhos que a fitavam como que querendo absorvê-la inteira, sem pausa ou sem um novo período longo de tempo.

Não passou um segundo sequer sem beijá-lo, sem senti-lo, afinal também queria absorvê-lo, e não queria que ele tivesse de partir novamente, estava apaixonada e queria que aquele momento durasse, não suportaria vê-lo partindo e ao se despedir seguiu, sem olhar para trás, tentando imaginar como seria se não tivesse de ir. Como seria quando se vissem novamente? Por que lágrimas, se o momento era feliz?

As janelas da alma não podiam lhe dar tais respostas, estavam embargadas pelas próprias lágrimas, mas as dela eram de felicidade, de êxtase, já as dele, seriam sempre incógnitas...

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 05/02/2024
Código do texto: T7992792
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