O CALAR DO SER
O CALAR DO SER
O tardar do infinito é a poesia no abandono das demonstrações individuais.
O correr preguiçoso e dolente lava a força dos embarques naufragados.
Os lugares encostam valores.
As sombras jazem nas exibições altivas, públicas ante o mostrar mimetizado.
Os olhares arejados desafiam as ousadias.
As saídas vazias ensinam profissões visitantes.
O ter derrota a humilhação da morte poética.
As substituições das condições comparam o vespertino trazer com notícias inquietas.
O nada muda a pressa das adversidades.
O não que há nas propriedades do estar observa localizações.
O parecer envergonha a vida direcionada à religiosidade do possuir.
O desvanecer fica na solidão opaca dos mitos populares.
A pobreza viaja nos levantamentos dos enfrentamentos denominados.
Os modos das demasias pesam no atar das bagagens enforcadas.
O cair escurece os períodos relativos aos apoios.
Os dizeres da cura ironizam exclamações.
O ver transpassa o calar.
Sofia Meireles.