Erupção Montanhosa.
Essa é a primeira vez que escrevo apreensivamente. Não que eu não queira ser lida, mas eu não quero escrever o que sinto por não querer sentir o que venho sentindo.
Uma parte de mim consegue ver beleza no fim.
Sou suspeita para falar sobre visões e suas belezas porquê sou bucólica, enxergo beleza até quando não quero.
Mas os finais… Certos finais me intrigam pelo fato discreto de não serem de fato um final - sempre há uma fenda que te chama de volta para onde não deveria sair do lugar.
Daí surge o lado sensual da beleza, um possível reencontro.
Recentemente senti um despertar curioso nunca sentido antes, e pra mim é novidade visto que me considero experiente.
Mas sim, nunca havia sentido quaisquer fagulha desse tal sentimento receoso.
Assumir a percepção de um sentimento para si é tão intenso quanto sentir.
Quando se sabe o motivo da faísca, qualquer explosão se torna pequena. Se eu pudesse nomear essa erupção vulcânica, a chamaria de chama gêmea.
E é essa a questão;
O que eu faço com meu sentimento se ele é seu?
Não foi entregue, foi tomado. Não escolhi, quando vi eu já era sua. Me senti arder ao perceber, e após, entendi o perigo da chama que me envolvi.
Não que seja errado ou que você seja um perigo. Mas o que eu faço com meu sentimento, se ele é seu?
Nunca gostei de escrever romances, sinto que o açúcar não combina muito com meu jeito pragmático. Mas entendo eu ser a escolha principal na editora para tal.
E das minhas criações, não são romances meus. Nenhum valeu tanto a pena a ponto de se tornar capa, trecho, verso, poema, inspiração.
Mas olha só você, participando cada vez mais dos meus projetos, e eu só me pergunto: por quê?
Você não é fácil de decifrar, eu nunca sei o que está acontecendo e agora mais do que nunca. Suas ramificações me chamam a atenção e naturalmente nos desvendamos.
Eu veria beleza se caso fosse fim, mas o extraordinário mora onde ainda não tocamos um no outro.
Temos muito a viver e quero desvendar o novo com você.