Confissões Inacabadas

Confissões...

É assim que se traduz as palavras de um homem, cuja literatura é o que sentira na intimidade.

Erupções emocionais exprimidas pelos escritos íntimos das dores profundas, onde o pensar é como um frigir de ovos, que por efeito, talvez se possa explicar o caso de tantos escritos inacabados.

Dia após dia lidando com o cosmos sobre a cabeça, experimentando a pressão da existência, escrevendo o que pensa ainda que pese a caneta, carregando o mundo feito Atlas, sem fazer careta.

Escrevendo palavras que nunca encontrarão a luz do dia, mas com a responsabilidade de expressar ao menos num único segundo, toda a dúvida de um pensador. Na insistência de quem sabe, tornar-se consciente da dignidade, e sobretudo, do sentidos da vida humana.

Sei que a vida e tudo que há nela, não são coisas que eu possa limitar com poesia, mas seguirei no eterno retorno de dizer o que a maioria das pessoas não conseguem.

Uma mente sem repouso, que percebe que todas as suas inquietações repudiam qualquer tipo de conforto a longo prazo. Já soubera que meu destino era continuar aspirando pela dádiva da vida, na expiação de meus infinitos pecados.

Um propósito fácil, um amor fácil, uma vida fácil, mesmo na infância, já soubera eu que tais coisas não eram pra mim...

Abençoado com a sensibilidade, já era provável que lamentavelmente o olhar iria mais fundo ainda, iria além das simples imperfeições e desesperanças de nosso tempo.

Às vezes por restrição ao meu amor, obrigo-me a fingir que não sinto amor pelos outros. Protegendo-me sabe-se lá de que, sabe-se lá porque...

Se sou errado na história? Isso é conversa para outras confissões, de textos que provavelmente não irei terminar. Apenas sigo sendo um autor de muitos excessos.

A manhã passara como normalmente passa: eu a havia desperdiçado, como sempre. Dissipando-a suavemente, com minha primitiva e arredia maneira de ser, com o intuito desesperado de escrever isso aqui.

Contudo, essas não são palavras de um homem em desespero...

São palavras de um homem que crê.

Raniel Bomtempo
Enviado por Raniel Bomtempo em 26/01/2024
Reeditado em 26/01/2024
Código do texto: T7985104
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