Poeta, o Concretista do pensamento

O poeta, além de expressar o seu eu lírico e arcar com a incumbência de imitar um pouco a vida através da arte, conforme espera e preceitua o público leitor em geral, também é mensageiro do conhecimento. Em tal aspecto, aliás, posso afirmar que o poeta cumpre uma importante função social ao se valer do processo do fazer poético, tendo em vista que embora redigir textos dessa seara seja um imenso prazer, há um esforço por parte dos autores no cuidado com a escrita, a gramática, o vocabulário e com o raciocínio lógico. Nesse sentido, ainda que indiretamente, nós também educamos a sociedade, principalmente quando conseguimos tornar quem é distante das letras um leitor.

De acordo com a científica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, os pensamentos nada mais são do que ondas eletromagnéticas, ou seja, os pensamentos são abstratos, sendo concretizados quando escritos. Nesses termos, podemos concluir que a escrita é uma nata manifestação de intelectualidade que contribui robustamente para a difusão do conhecimento. Assim sendo, o poeta é um construtor de pensamentos, porque quando a mente cria um pensamento inteligível, o poeta não o descarta abandonando-o à própria sorte da memória que é falha. Não deixa escapá-lo, e sim o conserva, edifica, põe na capa do livro.

Pensamentos escritos nunca são esquecidos.