Dedos em Riste

Você não entende nada do meu mundo… Não julgue minhas pequenas alegrias, você não faz ideia das dores que carrego no peito. Não condene meus passos trôpegos, você nunca calçou os meus tênis favoritos. Não avalie minhas decisões confusas, antes de tudo pondere a unicidade de cada íntimo universo. Não queira quebrar o meu silêncio, há tanto barulho aqui dentro, você nem imagina... Pense bem, são diversos os caminhos. São tantas escolhas possíveis. Tantos critérios e possibilidades. Julgar parece um caminho tão fácil, né? Dedos apontados para tudo que está fora das suas ideias, conceitos, certezas. Eu julgo também, pode acreditar. Não tem essa de ser perfeitinha por aqui. É exatamente por isso, porque conheço o avesso dessas boas aparências, que faço questão de lembrar a você do poder que temos de ser livres. Só não podemos atravessar as fronteiras dos limites alheios. A cada um o direito de escrever e contar a própria história. Não use o seu olhar, com as verdades do seu mundo, para olhar o outro sem enxergar aquele outro universo para além de você. Antes da crítica, da inveja, dos conselhos, abra o coração. Sinta a beleza de existir em diferentes tons. Eu ainda tenho muito o que aprender, sigo errando e acertando, me entregando a mágica intensidade de cada instante. Exercitando o olhar generoso para com as minhas falhas e virtudes. Aqui, desse meu mundo que lhe parece tão… sei lá, eu vou cuidando do meu jardim para que eu possa oferecer flores àqueles que me desejam o mal. 

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 24/01/2024
Código do texto: T7983575
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