Apeei
Fui além do vidro...do globo...desintegrou
Passei viver na Terra
Visitava a existência
Era mera telespectadora de um Drama
A vida no ciclo infindo do nascer e do morrer
Condição para covardes, superficiais, satisfeitos com a coisa pronta, conformados com a sentença codenatória da certeza da doença, velhice e morte,coniventes com os condicionamentos
A brisa fria que cai na madrugada, a absorvo
Eu Sinto o vento
O canto dos pássaros me diz o que eles querem dizer
O olhar de um cão não é em vão
E nem o do ressabiado gato na espreita
Não é a toa que estou aqui
E do porquê, do enfado sentido n'alma nas entressafras, entre um respiro e outro de Deus que em mim ressoa
Sinto a jugular do mundo
Que vive a pulsar sofrimentos e sofrimentos
Poxa!!! Tantas guerras e batalhas por nada!
E a vida passaria?
Permaneceria no veículo, Alma
Sem realizar o desembarque?
Desci
Apeei
Como dissidente de guerra, de ideias, de acordos, de concílios, de tratados, de conjecturas amorfas
Traduzo que muito tenho a ser sovada para alcançar nível vibratório a altura do vivido nos mundos sutis ligados ao coração
Não consigo mais me manter num justificado, vivo perdendo num arrazoado
Boba é o meu perfil atual
Experimento a vida dura, crua de sempre
Mudam-se as armas, as hipocrisias, os chefes e os servos, mantém-se as mortes, o abate, por nada.
Mas dentro...foram abertas as janelas, o Sol entra, vem de Dentro, invadiu dentro, como beijo "caliente' roubado da moça distraída.
M'alma sacia de um bastar
Minhas entranhas choram dois choros
O que lembra o sofrer, o insubordinado destino
E o que regozija da possibilidade de alçar voo naquele dia, rumo as primícias atemporais
Não me afastarei um passo do quê interno conquistado
Daquele que recebi quando apeei.
O luzeiro que se apresentou não espera
Adiante, logo adiante, as boas novas serão apresentadas na bandeja do tempo
De um tempo pronto a ser vivido
Lembram? O mestre na ótica infinitamente acima deste tempo, disse:
"Eu venci o mundo, vós vencereis também"