Descalça as botas sozinha, rapariga. Descalça as botas...

As folhas de novembro dançam ao ritmo suave do vento.

A espera tece teias sem traços certos.

No silêncio dourado do crepúsculo,

Segredos antropomórficos

Mancham o branco imaculado da memória.

Que se quer pura.

O meu amor não veio à tardinha

A multidão não o viu passar.

Ao longe, o gato mia flechas de cupido.

Toquem a rebate os sinos na torre da igreja.

Anunciem o lamento do gato solitário.

E a noite cai e levanta-se.

Amarrotada.

Ferida.

Sem lágrimas.

Também não aprendeu a chorar...

Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 21/01/2024
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