As Pedras Não Clamarão!
As Pedras Não Clamarão!
Se eu calasse, estaria a ouvir a sabedoria daqueles que, de muito falar, ou ouvir, para o bem de todos, e deles mesmos, reservaram-se ao silêncio, à falar.
Se eu calar, o tempo clama, basta buscar o silêncio. Não sei do que será de mim quando partir.
Pedra revessa, obsoleta, mesmo que nunca almejasse, a joia da esquina.
Ou o nada de Deus, ou ainda, vazio, que de tanto cheio, se esvaziou.
Em meio às criancices e às burrices que prático neste mundo denso, borbulha, salpicam palavras, textos, prosas, poesias em meu Ser.
Ah! Porquê não ouço o conselho
do calado, ficar por detrás da cortina, hibernando, emudecida, somente de telespectadora de um mundo em extinção, falido, amontoado de coisas, junto às almas famintas de significado.
Porquê não me calo, exponho ao risco de ser lixo tóxico, material ácido para seres que não se afinam ao "menu" que proseio. Pois que, assim como eu, estão a tratar das obstruções, da oxidação dos canais que levam às instâncias superiores, campo do Espírito.
Ó, Deus!!! Não livra-me de mim, como Pessoa poetizou. Porque, se tu livrar-se de mim, poderá arrancar-me eu de Tu!, perderei Tu! Que às Duras penas, recheadas de ignorâncias e condicionamentos servis, fui à luta, chafurdei aquilo que me prendia e coisificava, até reconquistar seu magnetismo todo penetrante, que nunca havia saído do lugar
Não!! Não livra eu de Eu. Que eu deixa de ser definitivamente, é só Tu seja!
Quando a minha mente for silenciando, e o pulsar para falar, escrever, compor, viver o cocriar contigo em palavras ir indo para o insosso, que Eu me reserve junto aos sábios, adeptos à sabedoria do silêncio.
Que o magnetismo todo penetrante de Deus me informe que poderei me desmagnetizar de suas ondas, e cair no limbo dos desistentes novamente. Tornando-me apátrida .
Amém