já faz tempo

Já faz tempo, algum tempo, 
que deixei o meu lugar;
desembestei  mundo a fora,
sem saber onde ia dar,
Queria fugir não sei para onde e nem  do que;
Qeria me encontrar não sei com quem;
segui sem rumo, em meio as bramuras,
atravessei pontes, mata-burros, 
estradas,  encruzilhadas e caminhos; 
além das chapadas da Bahia,
além da Serra do Espinhaço,
do espigão mestre de Goiás;
pra perto da Serra do Estrondo;
junto da Chapada das Mangabeiras;
Levei muitos dias muitas luas,
a atravessar;
catingueiras floridas,
Noites no Jalapão, banhos no fervedouro; 
Até chegar ao vale do Araguaia e do Tocantins;
Mas ainda assim não sosseguei; 
em noites de bréu a me espantar;
Me deparei com três tristes Kraós;
De uma tristeza ancestral;
Fui até a Ilha do Bananal;
em noites de lua cheia a me encantar;
Muito espaço, vazio, paisagem lunar;
Estrelas na imensidão escura;
Por de sóis laranja-fogo-fátuo;  
Estou aqui em meio ao  escudo Cristalino,
O mais antigo do mundo;
No centro geodésico do Brasil; 
à  sombra de pequizeiros vislumbrei a savana, 
Dando lugar a lavoura de soja; 
 Na civilização que se forma ;
Entre o vale do São Francisco e do Araguaia-Tocantins;
No centro;
Desse imenso e vasto país;
No intento, mais que intento,
de fugir pra bem longe do lugar;
de onde venho;
Labareda
Enviado por Labareda em 31/12/2007
Reeditado em 14/06/2014
Código do texto: T797711
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