VIVO Sem As Correntes Presas

Ó, meu Deus!

Me vejo com a alma nua

As roupas, foram tiradas

O véu que me impedia ver o movimentar das correntes, os grilhões da servidão.

Fora tirado

Não tenho o mim mais, que me trazia no cabresto

Obediente ao condicionamento do olhar do outro, do celibato intocado, que me mantinha amiúde à obediência do "é isto mesmo", "tem que ser assim".

Serva, servil, senil, praticante da idiotice da conformidade, antiquário de museu. Exilada d'Eu.

*** *** ***

Levanto cedo, vou para o repouso à noite

Inteira

Eu e as poucas tralhas que ainda cultuo, com um quê de donzela, como há pouco desposada , aprendiz do gosto próprio.

Assumir as fraquezas, e os fracassos, assim como os abandonos, os flagelos, tem sido escola.

A mudança trouxe a necessidade de ressignificar tudo, e seguir.

Tenho-me...não poderia morrer sem o resgate.

Márcia Maria Anaga( Direitos Autorais Reservados, publicado no site Recanto das Letras)

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 14/01/2024
Código do texto: T7976317
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