PROSA RIMADA PARA CELIMAR
Um dia a rosa se tornou menina, cresceu robusta e desabrochou-se. Apareceu a mão burlesca masculina, apoderou-se de sua pétala mais fina e a flor tão bela entristeceu, murchou-se!
Minhas lágrimas correram como rios que procuram a paz dos oceanos. Meu corpo se cobriu de arrepios e minha alma é um vulcão de calafrios ante toda estupidez de nós, humanos!
Desfrutar de um Anjo é ironia. É ser destituído de amor. É desdenhar da Natureza a melodia, não conhecer de Deus a sinfonia, e quem com muito carinho fez a flor!
Você foi a menina mais formosa que meus olhos contemplaram nessa lida. Você foi a aurora preciosa, você foi a florzinha mais mimosa que brotou no jardim da minha vida!
Seu pai não te cuidou como devia, te deixou à revelia desse mundo conturbado. Em nome da nostalgia, como seu pai bebia! Estava sempre embriagado!
Já você, pobre menina, que herdou a grande sina de tão cedo trabalhar, teve a infância perdida, começou cedo na lida que nem pôde estudar!
Onde está Celimar Dantas, pobrezinha, entre tantas que tiveram o mesmo fim? Onde está o Senhor Deus que escondeu-se nos museus e deixa o mundo ser assim?
JUCA VIEIRA
Imperatriz MA
13/01/2024