Tornei a me procurar abrigo: recomeçar a escrever no papel é sempre um fardo necessário, um risco — precipício que liberta o Ser que se emudece diante das incertezas advindas deste mundo feito de todas as pontas de todos os icebergs de todos os oceanos terrenos. Haverá oceanos tão vastos quanto a imensidão daquilo que ainda não posso alcançar?: o retorno aos mistérios das águas escuras daqueles igarapés da minha terna infância...
São relatos e depoimentos fragdissipados na direção do infinito dos céus, onde a vida brilha etérea. Porque são difícieis de se explicar, são coisas sem sentido para quem não há de ter ouvidos. [Paz de espírito é coisa que não se vê, mas se escuta]. Assim foi que me refugiei. Enjoei do que escrevia, pois percebi que tal língua — a partir da qual me empresto em risco — é muito maior, e o meu domínio sobre ela, diminuto demais. Dispus-me, então, a ler outros mais.
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Fragmentos extraídos de "Relatos Ribeirinhos".
Em outros formatos: @relatosribeirinhos (Instagram)