Cheiro nostálgico, de uma época passada
Cheiro nostálgico, de uma época passada; cheiro de sangue nas narinas. Rosto pesado, um texto qualquer, incolor. Claridade incomodava e desligada ficava pior e inquieto. Como um morto, olhos cansados e perdido, de rumos tropeçando, ao caminhar sem nada ver. Cheiro podre nas narinas, não saía de dentro da minha cabeça; por dentro, pensador se matando, sentimentos como colinas. Renascendo ou morrendo de alguma desconhecida doença. Para aliviar meu ser, precisava algo quebrar, precisava chorar, mas não conseguia.
Caminho torto, pensamentos errados; nem morto, nem vida, azedando, – Pensando tudo ao mesmo tempo. E esse cheiro lembra-me quando estive perdido no fundo de um buraco, sem visão; sem ver, sem falar, sem ouvir; sentia tudo e nada, a pele fria, noites sem dormir. Dores, olhos fechados, noites de insônia; olhos abatidos, como um doente, músculos cansados, ou o sono vindo. Aos montes perdendo os sentidos, cansaço mental e dores pelo corpo, pesam mais que o interno possa suportar.
A caveira da face, no reflexo; e tantos pensamentos, apressados, ansiedade e nem o ódio não conseguia mais acalmar, vivendo como um morto, espectro. Sem saber o que via, apenas dessecava, perdendo os próprios pedaços. Perturbado, tremendo e castigado pelos ouvidos, suja voz seca, distorcido; refletindo o passado. Adulto feito bicho sem leito, chora a alma fria. Meu estado neste breve momento, que dos tragos amargos me deito; minuto rápido que me acalma. Respiro... Rir só se for por dentro: "...Esto..u ...morr..endo…"
Cheiro nostálgico, de uma época passada; que ficou no passado, curado das manchas da lepra e com semblante cheio de vida, colorindo as cinzas prosas e respirando no bom vento, mesmo entre labirintos... Entre labirintos ei de sobreviver.