Os pássaros, o tempo, os azulejos e o amor.
Eu vi os pássaros felizes em meu quintal de novo. Não que tivessem ido embora, eu que não os notava depois de tanta dor que me afundou em tons de cinza. Oh bom tempo, eu que tantas vezes murmurei contra ti! Por vezes esqueci que contínuas ininterruptamente seu ofício de exercer sobre nós o tudo passar. Afogado em dor, dolori até o último instante, até quando pensei ser meu último respiro e dormi no deserto que se fazia em mim. Foram tantos descasos, tantas palavras duras,tantas frases não ditas, tantos gestos secos que na hora eu relevei torcendo para ser apenas um mal entendido, mas não eram.
Ah, hoje acordei com o sol sorrindo, pássaros felizes em meu quintal! Amei intensamente e queria cuidar, mas recebi vergonha e descaso, desculpas de impossibilidades. Dolori, mas renasci forte e vigoroso. Estou bem! O amor é intenso, não é dado a impossibilidades, não tem acordo com a vergonha, não se desculpa com desculpas. Eu dei o meu melhor, não está sobre os meus ombros o fato do meu melhor ter sido pouco para o outro.
Amor é intensidade, verdade, compromisso, azulejo liso com flores e desenhos que fazemos. Estou bem, livre,leve porque fiz meus melhores e mais intensos desenhos.