Sem Ela Não Haverá...
Há intimidade da boca do músico e o bocal, dela para com a paleta do instrumento.
No tocar a Flauta, o Piston, o Saxofone.
Terá que ter havido intimidade tamanha!
Caso contrário, o músico não encontrará a embocadura para o som afinado, choroso, por vezes, agudo, pontiagudo, até mesmo, no som do grave de um bombardão, violoncelo, ou barítono. O Belo não emerge.
É assim a gente na vida, tem que ter havido a consumação, o ato nupcial da Alma com a existência.
Tudo sairá chocho, desafinado, comida mastigada sem deglutição...
Passar pela vida, e não se sentir intima dela, cumade dela, apreciadora da aventura mais maluca que possa ter existido.
A aventura, por vezes, dramática. A da própria vida.
Vida.
À Alma é exigido ser íntima dela.
Sem intermediações, apesar de passar pelos meios.
Quando defecar no trono, santuário onde é expelido os dejetos.
Ou, no trono, aquele que indica um lugar de destaque entre as vaidades.
Ou, ainda, num êxtase de uma experiência contemplativa do belo.
À Alma exigirá.
Para a plenitude ser apossada em seu interior. Subsumido em si.
O potencial.
Intimidade com a vida.
Márcia Maria Anaga( Direitos Autorais Reservados, publicado no site Recanto das Letras)