Morte, Renascimento e Luz

Matar um amor é uma dor doida e doída

Como faca enfiada no peito

Como voz que ecoa e ninguém ouve

Primeiro sangra

Mas depois que estanca

Aquela cicatriz dura

De quem passou por uma guerra

Matar um amor é uma luta inglória

Sem vencedores

Só o peso do fracasso no processo

E o alívio posterior de libertação da dor

Agora o vazio

Sinta o som do silêncio

Sem conversas noturnas

Ou assalto à geladeira na madrugada

Ao invés do sono pesado

Depois de noites intensas

A insônia

De manhã

Só acorda e levanta

Agora tá escuro

Mas abra a janela

Porque a luz só se propaga na escuridão

Flávia da Silva
Enviado por Flávia da Silva em 04/01/2024
Código do texto: T7968673
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