Tabuleiro
Quando os cacos da confiança quebrada rasgaram meu coração, eu tinha infinitas possibilidades. Fiz uma escolha, aparentemente covarde, movida pela paixão avassaladora. Entre correr ou recuar, recuei. Regredi. Retornei para a carapaça com tanta eficiência que nem metade do meu olhar alcançava o céu azul. Mais tarde, quando a vida sacudiu o tapete, me jogou umas verdades na cara, mostrou o quanto eu tinha me abandonado, tive duas possibilidades. Ir ou ficar. Foi então, uma escolha consciente, transmutei migalhas em ouro puro, abracei o lado bom do lado ruim. Ah! Que falta o afeto me fez! Para criar bases sólidas de confiança. Uma estrutura psíquica forte. Sensação de pertencimento e conforto. Por que reviver tudo isso? Simplesmente porque dia desses me vi diante do perdão inacabado. Uma única saída para chegar à etapa final. Ao descanso. E tantas questões surgiram. Será que a minha certeza está certa? Como seguir em frente sem o peso da dívida? Como desfazer os nós que fazem tropeçar os passos? Há muita névoa adiante. Nem borra de café, nem tarô. Nada é exato para prever o próximo lance.
*Si*