Folha descendente
Flutua a folha amarela como asa delta solta no ar
Chacoalhada que foi pelo agito do vento do galho da árvore
E lá vai ela num vai e vem frenético sem som,
em descida ascendente decadente... Imponente!
Plaina suavemente na terra seca como em câmera lenta
O amarelo claro me acena num resíduo de esperança enquanto pousa.
Mesmo misturada no pó da estrada ela se impõe e transcende
Na flâmula do verde louro dessa terra barrenta
Sofrida, sorri entre os madrigais que a rodeiam
Em pleno verão desprendeu-se árvore sua raiz mãe
No novo e pleno ciclo do cisco, vai fertilizar o chão que o cão urinou demarcando território..
Sua nova morada, a terra, o chão que surgiu.
Fora de sua fonte de vitalidade, o pó volta ao pó
Assim é a vida... Esperança contida,
Germina sempre de uma forma em outra forma de vida.