ANDANDO PELOS PINHEIROS.

No meio de altos pinhais, posso ouvir a cantiga de uma cotovia repleta de desespero inescrutável. Um sopro de brisa fria soprando sobre florestas trêmulas deu um olhar furioso ao meu casaco de pele. Hoje falta o luar como consequência da discórdia entre as flores brancas e a lua. Sempre que eu vinha aqui com ele; os esforços do chilrear do pica-pau, das garoas límpidas da neve, das moscas cintilantes das lanternas eram inúteis para chamar minha atenção. Poucos brilhos no céu me fizeram sorrir enquanto eu olhava para um caminho escuro como breu. Às vezes, o corredor da nossa vida também pode estar cheio de penumbra e escuridão; onde temos um longo caminho a percorrer. Estou caminhando por este bosque para um novo amanhecer, literalmente um novo começo; para um novo escudo. Lá nenhuma amargura escorrerá na solidão, nenhuma dor poderá esguichar e nenhum olho molhado. Alguém aclamou uma vez que é um lugar criado mais próximo de Deus.

Antonio Garcia Neto
Enviado por Antonio Garcia Neto em 18/12/2023
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