as chaves de Florbela

a nostalgia que sinto do não-nomear-as-coisas

de uma unidade atemporal vagando como fagulha de vida pelo universo

e, no mesmo segundo, quando estabeleço o caos em meu ser inteiro por desejo ou por medo,

me (re)construindo dos retalhos de sonhos e de muitas páginas de experiências

é que me sinto única, menos só, e muito mais repleta de Amor (sem sombras de dor e renúncias). Agora, mais um ponto.

pois, dos muitos aprendizados, decidi não mais pontuar tudo como se esse tudo fosse a minha sútil obrigação

e, ainda ou sem lágrimas, grafando a palavra Amor com inicial maiúscula é quando conheço tão mais o amor da distinção do Amor que espero e propago

o que eu desejo, também, não tem nome, Clarice

e não se torna apenas liberdade sem profunda libertação

talvez, Florbela tenha me ensinado mais pois é na verdadeira loucura da ânsia de permanecer num Amor grandioso que apagamo-nos completamente ou acendemos todas as luzes de todas as estrelas da fé e da esperança

e se eu puder, mais uma vez, grafar Esperança como Amor

e se houver uma interrogação ou nada

pois, aqui, ainda não hei de terminar essa escrita de busca e desabafo

da catarse de mim mesmo em traços infindáveis

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 17/12/2023
Código do texto: T7955656
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