Tronco do jequitibá (de Madrigal).
Um tronco — fiel sou — de gente; as profundas marcas, o escurado também. Sentada, firme no olhar, guardava no colo uma neta sonolenta, levada pelo balanço ameno. Idosinha vendo as nuvens, mirante do céu o chão plano preenchido de vasos: rápido fisgava do azul um pouco de eternidade; isso é a verdadeira sabedoria, a qual a pequena um dia teria, se já não tivesse. O abraço era um, das mãozinhas macias, mente-mãe, mimo, respirava no mesmo ritmo de seu balançar. Confabulava sem pensar, sequer imaginação. Era mesmo isso que acontecia: o relógio feito de vento. Chegava à conclusões? Mais tarde viria o pai, a levaria, sobraria a casa e seus vãos. No dia seguinte, quem sabe, uma filha, ou um outro neto. Também deles recebia abraços. Notou deles quantos recebeu em toda a vida, e isso afluiu: das tempestades às calmarias, continuava a ser o tronco forte, abrigo de aves, também afiadora de unhas.