Sou Poeta e também me falta o que dizer
Tem dias não quero abrir a janela e ver o sol nascer.
Nem quero transformar tudo em palavras.
Quero que elas venham até mim
num poema que me diga que há luz
e que ela existe para mim.
Não sei se ainda tenho
aquela sensibilidade extrema,
aquela profundidade.
Sou Poeta e também me falta o que dizer.
É que o Sol parou de brilhar
e a Flor se encolhe de frio
sem seus raios de calor.
Tudo parou num solo de paciência e esperança.
Essa, que reveste o poeta e caminha ao seu lado
em busca do que sonha conquistar.
Mas também há um mundo parado em perguntas.
Essas que gostaria de saber as respostas de futuro...
Mas, eu também não sei como seria se tudo fosse azul...
Azul de esperança, que fosse... que seja... de esperas... que é.
Sei que há um mundo colorido em meus pra dentro
que pede passagem para viver a concretude do real...
que se possa tocar... como eu toco o céu com as mãos...
Pintura: Christine Faulk