Estranheza

Percebi naquele instante que eu nunca mais seria a mesma. Fato consumado. Certas coisas não me cabem mais. Insisto. Resisto. Não adianta! Ciclos se fecham de inúmeras maneiras, rituais, práticas, fogo no caldeirão. Outros nos abandonam… Nem percebemos. Como aquele momento mágico que a gente experimenta o chocolate favorito da vida e descobre que o sabor não é mais o mesmo. Depois de muita luta, você entra no velho jeans queridinho, olha no espelho e constata que ele não combina mais com seu estilo. Parece confuso, mas é tão óbvio. Assim aconteceu. Um mundo novo floresceu aqui dentro, e eu ainda era inverno. O contrassenso é o fluxo do meu coração. Paradoxos me nutrem. Do caos se realinham minhas estrelas. Há uma manhã de sol intenso depois da nevasca. Melhor aceitar partidas. Receber com amor aquilo que chega. Basta de elucubrações! Já era! Nostalgia, apego, só traz dor. Não é ainda a melhor versão. Nem há nada definido. Vestirei minha coragem para abraçar o inédito, saboreando as bênçãos misteriosas que habitam cada renascer… Ah! Que saudades do mar…

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 12/12/2023
Reeditado em 14/12/2023
Código do texto: T7952288
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