“O, SER CAIPIRA”
Ser caipira é falar com sotaque a língua sertaneja do seu estado, é gostar de músicas que lembram os sons do mato, é ser autêntico e simples na sua maneira de se conduzir com honestidade vivendo o seu dia a dia sem desejar muito mais do que precisa para sobreviver, é ouvir mais do que falar, é tentar resolver os problemas do cotidiano com ideias simples, é amar na mesma intensidade que é amado, é ficar triste se perde um amigo, ou alguém da família, mas aceitar e continuar a viver acreditando que existe um Deus que um dia solucionará todos os problemas do mundo e fará à igualdade entre os homens, é gostar do mato, dos rios, enfim é amar a natureza se considerando parte dela. Ser caipira não é ser tolo e sim se contentar em não saber demais, para não esquentar a cabeça, ser caipira é gostar da vida e vivê-la como a recebeu sem a complicar. Eu quero ser caipira, mas nunca serei autêntico, pois, eu fui batizado...É, batizado é sabatinado e ensinado para viver na cidade, aí vamos para a selva e uma semana depois já estamos pensando em voltar, para o pão quentinho de manhã, a cerveja geladinha no boteco da esquina, até as novelas ou o futebol, fazem falta, não dá para desbatizar.
“TROVAS SECAS”
I
Brejo e um lírio grená,
Nunca vi, pegarei um!
Eu devia ter só olhado,
Pau roliço e um tibum.
II
Franga nova botou ovo
Cantou toda alegrinha,
Ela avisava o seu povo
Que já era uma galinha.
III
A minha cadela latiu
E saiu em disparada,
Tive que correr e gritar
Solte o tatu, malvada.
IV
Cinco meninas a sorrir
Numa roda a voltear,
Quase morreram de rir
Quando pedi pra brincar.
V
Fazenda se iluminou
Na noite de São-joão,
A fogueira ficou grande
Só com palha de feijão.
VI
Eu vou sentir saudade
Adeus tarde fagueira,
Hoje volto à cidade,
E peno segunda feira.