Ofício de Ossos

Escrever. Resgatar a loucura latente para longe dessa lucidez chata demais. Ofício de ossos. Carne que sangra e queima com as lágrimas que transbordam das linhas suaves do papel em branco. Carnaval. Fantasia. Rota de fuga. Sentidos em festa numa dança ancestral. Fogueira. Selva. Deixa pingar! O sangue que mancha o imaculado branco é sintoma de estar viva. Vida. Escrever. Respirar, inspirar palavras. Buscar sentido. O sentir do poeta. Atravessar certezas. Repousar escudos. Rendição. A coragem que brota das frestas do asfalto. Escrever é magia. Feitiço lançado além de si. Ressoa, faz ninho em outros corações. Mergulho em sagrado. Profundo desejo de ser. Imaginação. Pés que tocam delicadamente os caminhos de volta. Se é pra entorpecer que seja de versos puros, dos bons. Cheios de prazer. E dor!

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 06/12/2023
Código do texto: T7948442
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