Ofício de Ossos
Escrever. Resgatar a loucura latente para longe dessa lucidez chata demais. Ofício de ossos. Carne que sangra e queima com as lágrimas que transbordam das linhas suaves do papel em branco. Carnaval. Fantasia. Rota de fuga. Sentidos em festa numa dança ancestral. Fogueira. Selva. Deixa pingar! O sangue que mancha o imaculado branco é sintoma de estar viva. Vida. Escrever. Respirar, inspirar palavras. Buscar sentido. O sentir do poeta. Atravessar certezas. Repousar escudos. Rendição. A coragem que brota das frestas do asfalto. Escrever é magia. Feitiço lançado além de si. Ressoa, faz ninho em outros corações. Mergulho em sagrado. Profundo desejo de ser. Imaginação. Pés que tocam delicadamente os caminhos de volta. Se é pra entorpecer que seja de versos puros, dos bons. Cheios de prazer. E dor!
*Si*