CARTA LACRADA

 

Redigi de ti no pulsar do meu ser infinidades, numa carta guardada... Que o sol não nascerá sem saber, se tu...  Estarás acordada e que as pedras do chão se cobrirão de frescas rosas, pétalas vermelhas... Onde teus pés suaves deslizarão em mil luxúrias de centelhas, que o grito dos ventos em fúria ecoarão por não te ver sorrir... O mar se tornará vazio e na lamúria gaivotas em terra poderão cair. Que o universo irá girar ao contrário, se por um segundo ficares amargurada... Os rios ficarão desertos no estuário da poesia, trazendo a madrugada que os nós apertados nos apertos do meu dócil coração sem mãos... Acariciariam-te nos balanços dos berços em sutileza margeada de beijos meus. Que sem ti, o gelo derreterá abundante nas planícies do meu peito... No jardim brotará a rosa errante murchada na descrença por defeito. Que por ti, treparia o mais íngreme penhasco de olhos cerrados só para te ver... Em suntuosas enfurecidas tempestades, caminharia num deserto até morrer. Que a ti, te daria toda a minha vida sem fôlego ficaria no interior de mim... Contigo viveria cem anos, menos um dia para não ter o desgosto de viver sem ti. Que por desenterrares de mim tamanha fortuna guardada... Reparto a lágrima que cai por fim fechando assim... Esta carta lacrada