Flores escarlates

E de repente o céu escureceu, obscureceu...

cheiro de pólvora exalado pelos ares... o sol não mais apareceu... ofuscado por nuvens de fumaça... rasgou-se fora a fora...tingindo-se de tons avermelhados, alaranjados... não mais provocado pelo arrebol de outrora... alarmes ecoam em horas alternadas... pânico e mísseis disparados para todos os lados, cortam de um lado ao outro a atmosfera, estrondos ecoam na estratosfera... não de trovão, mas de bombas que caem do céu... qual fossem flores a desabrochar, se abrem, espalhafatosas...trazendo pavor, mortes e destruição; prelúdio de uma guerra iniciada ao anoitecer, se estendera até o amanhecer... até agora... até quando, não sei dizer. Paisagens coloridas não se vêem mais... correndo os olhos por todo horizonte, preto e cinza é o que predomina... as cidades eram tão lindas... jaz em ruínas!... tudo carbonizado, pilhas de escombros...trincheiras em plenas avenidas...solos destruídos bebem do sangue dos seus habitantes...carnificina em massa... plantações não resistiram, sucumbiram; várias vidas perdidas, corpos estendidos e ensanguentados por ruas afora ... desertas... abandonadas... valas abertas de forma improvisada, engolem corpos "goela abaixo "... o cenário é mórbido e desolaDOR... flores destruídas, suas cores esmaecidas, agora se mesclam ao escarlate... que respinga por toda parte... odores de morte, para onde correr?... o lema é matar ou morrer... no subterrâneo estarão seguros?... só os que partiram para outro plano, mesmo sem planejarem... outros, fugitivos do terror, buscam refúgio... alguns poucos sobreviventes se deparam com inúmeros desafios...até quando?... a um fio da morte, não existe sorte... só Deus a enviar seus anjos para prestarem socorro... viver ou morrer?... correr ou ficar?... lutar ou se entregar?... para lá ou para cá?... ir adiante ou recuar?... morrer pela pátria, não abandonar seu lar... qual decisão tomar?... vandalizaram suas casas, quem virá os salvar?... a guerra é caduca e são tantas perguntas... que jamais serão respondidas... mas perenemente ecoarão. Órfãos da pandemia, órfãos da guerra, anciãos apavorados com o terror que suas visões cansadas são obrigadas a assistir... pobres mães viúvas buscando forças... não se sabe de onde... sem vislumbre de um novo horizonte para recomeçar... no meio de tantos cacos e escombros, sob assombros... somos todos pela Ucrânia, oremos para essa guerra acabar. Precisamos mais do que nunca voltar a se amar e não se aRmar. Se ao menos houvesse uma pandemia do vírus amor...faríamos uma verdadeira revolução... sem armas, sem intimidação, apenas pelo poder do cor-ação. Dando cor às nossas ações... escarlate faz pulsar meu coração, escarlate tem tingido o chão.

》Nota: prosa escrita no início da guerra na Ucrânia, iniciada na calada da noite pela Rússia, que já vai pra quase dois anos (Fevereiro de 2022); e mal superamos uma pandemia e esta guerra de enormes proporções... outra guerra está em curso entre Israelenses e o grupo terrorista Hamas. Palestinos sem destino certo, vítimas de várias nacionalidades. O cenário é mórbido, porquanto também é separatista. Somos todos habitantes do planeta terra, me pergunto: Por que tantas dissensões ?...

A guerra é caduca, virulenta e sangrenta; morrem inocentes de todos os lados e a possibilidade do diálogo fica cada vez mais distante. Oremos pela paz mundial!

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 05/12/2023
Reeditado em 22/09/2024
Código do texto: T7947484
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