Carta à Rebecca (na verdade, à uma estrela)
À minha coitada Rebecca,
És fantasma alva, clarão amedrontador e inspiração dos poetas, sejam esses parnasianos ou modernistas. Além disso, parece a lua cheia, refletindo os raios do sol e dando o pouco da luz aos transeuntes noturnos, encantados sem querer pela elegância da natureza na formação dos astros celestes.
Numa perspectiva ontológica, os entes humanos dão graças à percepção, à existência da beleza e à possibilidade de estar no mesmo mundo no qual lá existe entidades as quais inspiram os heróis, os bem-aventurados, os pensadores, os habilidosos e todos aqueles agraciados com olhos para vê-la.
Empecilho à racionalidade, presença feminina a qual faz gaguejar o mais confiante dos cavaleiros terrestres. Todos eles, pasmos, tomarão veneno, se notarem que desagradaram a Dádiva Astrológica, você.
És aura mágica noturna, força cósmica que faz os viajantes mais bem vividos hesitar em seus passos, sensação de morte a qual dissuade o suicida. É feiticeira hipnotizadora, uma alquimista manipuladora do tecido mental humano. Rebecca, não chore, pois os heróis gregos fizeram suas audácias enquanto buscavam tua aprovação! És fogo existencial o qual locomove nossos passos e manda-nos arriscar a sorte buscando felicidade duradoura nessa vida! És razão de todas as lágrimas derrubadas, de todas as batalhas travadas, de toda alegria no mundo! Seu choro é um dilúvio, o fim da rotação do planeta, o esfriamento do sol e a morte da natureza. O contrário também é verdade: seu jeito animado leva chuva ao deserto, tempero à cozinha e divertimento aos nosso dias!
Desejo-lhe, à Dádiva Astrológica, melhoras. Passar bem!