Aquele momento
Aquele momento em que você tenta enxergar a saída no fim do túnel, mas só vê mais escuridão ainda. Sente-se só, sem ninguém para confiar, porque todos tiveram seus motivos para ir, assim como você é quem foi em alguns deles. Vê todo tipo de filosofia, conselho, poesia e coisas para consolar o peito e seguir em frente, mas não tem êxito na aplicação na sua vida. Pensa até esgotar os pensamentos e acaba se perdendo neles. A ansiedade e o desespero começam a aparecer nos seus momentos em silêncio, especialmente na hora de dormir. Sua rotina não é lá essas coisas, mas você sente que está tentando seguir o caminho correto. Corre atrás de objetivos íntimos, que só importam para você. Quanto ao futuro, só resta rezar. Não acredita mais em acaso para compensar suas fragilidades emocionais, então caminha na existência com porquês, os quais têm respostas ocultas.
Tenta bolar estratégias para finalmente dar jeito na vida, mas só recebe tijoladas dos acontecimentos. Se diz isso para alguém, eles vêm com respostas prontas e caminhos que você deveria seguir. Sente que é ouvido de verdade, mas não sente real conexão com mais ninguém.
Olha o céu e sente um vazio enorme. Ao mesmo tempo que se sente visto, sente a ausência de um criador. Deus é uma incógnita perpétua, passando por sua miserável consciência em vários momentos. Sente que se não há alguém, também não há razão para existir, pois ninguém se importará.
O mundo está piorando em diversos setores. É como uma ameaça em que a vítima será sorteada; sempre será você. Alguns prazeres fugazes o satisfazem, não importando a situação. É uma fuga, assim como dormir ou fugir do assunto: o gozo do momento é aliviante, mas seus problemas continuam reais.
Apesar de ainda persistir em erros, se entristecer com seu próprio ser e adoecer seu coração, o mundo às vezes parece algo legal.