Ainda meninas ( Um tributo às professoras aposentadas)
Ainda meninas ou meninas ainda, qualquer que seja seja a leitura, a interpretação é a mesma. Alma é atemporal. É o recheio e o sabor a vida.
Fala-se, aqui, de mulheres que, mesmo atingindo a plenitude da idade madura, mantêm suas almas com a pureza, a delicadeza e a solicitude de meninas, em idade de encantar-se pela vida e por todas as coisas e seres que se lhes apresentam.
Meninas que se encantam com o cheiro, imagens e vivências dos livros.
Meninas que se encontram umas com as outras e com os outros e sempre veem para além do que seus olhos lhes mostram.
Veem com todos os sentidos. Sentem com a intuição. Agem com o coração. Vivem intensa e , responsavelmente, todo o propósito que receberam.
Nenhum caminho é abandonado. Ninguém desses caminhos é negligenciado.
Não há rota de fuga.
Toda linha de chegada é cruzada, sem atraso, perfeitamente. Somente quem tem alma menina faz assim.
Alma ainda menina ou alma menina ainda pula amarelinha com seus obstáculos, um a um, para conquistar a chegada.
Somente a alma ainda menina ou alma menina ainda recolhe as cinco Marias sem perder nenhuma.
Em um pique, encontra os esconderijos daqueles que insistem em não ser notados e os trazem à luz.
Passa o anel, mas não esquece quem o recebe.
No grito de o morto/vivo, insiste no "VIVO! "
Somente a alma ainda menina ou alma menina ainda entende que fechar os olhos e contar até dez, aguça o dom de ouvir e a possibilidade de encontrar o que não se faz visível.
Assim, contando o tempo, como os ponteiros do relógio ou o movimento do sol e se renovando a cada manhã, a alma generosa, se mantém menina.