Sinto os provérbios dos livros
Sinto o alinhamento do que sinto com os provérbios dos livros. Tenho vontade de rasgá-los, como tenho a ânsia de cortar a passagem das experiências rumo aos sentidos. É ruim sentir demais, é um poço de infortúnios que me sangram os olhos.
Quem dera se a existência fosse facultativa, se optássemos por não sentir. Não gosto de viver. Sem receio algum eu voltaria ao nada, a ideia de um filho que os pais imaginam. A sombra da imaginação é a residente da poesia. Já na barriga da minha mãe eu possivelmente me entristecia. Lá era um terreno fértil, escuro e sem razão. Aconchegante, mas depressivo, porque a solidão é a tautologia da depressão. Hoje a solidão volta e me engole novamente. Caminho só, sem qualquer contato íntimo, na específica intimidade verdadeira que desejo.