RASCUNHOS.
RASCUNHOS.
Do sorriso que encanta à escrita que eterniza, faz-se a busca em rascunhos dos dizeres esquecidos. Às linhas, amontoam-se palavras em busca de sentido, na frenética tentativa do extravasar contido. No esforço inspirado ou mesmo, labutado, as rimas se repelem desandando o contexto. A ausência de certezas denota uma assustadora realidade, onde insiste o não viver, o não saber, o não querer. Do sorriso que encanta às lágrimas que desencantam, impera o silêncio escrito ou sonoro, tornando audíveis as batidas de um coração, que cadencia um bater já cansado, farto de ilusão. Se por linhas tortas foi escrito um destino, alinhavou-se uma trajetória sem rumo nem brilho. Da escrita imortal das histórias sem fim, restou a esperança de um enredo sem dor. Do sorriso que outrora, nascia nas manhãs, sobrou a prudência do acreditar destemido. Do amor que ardia e trazia calor, restaram saudades e um tempo sem cor.
Elenice Bastos. ( reedição)