Florisbela, a galinha amarela
"Florisbela a galinha amarela"
Dos livros que li, o primeiro.
Nada especial
Tão só meu despertar
Onde perdi-me apaixonada
Não por Florisbela, a tal galinha amarela
Mas pela janela criativa que abriu-se grandiosa ao meu olhar
E de lá pude viajar por lugares onde meus pés não podiam ir
Essa janela foi libertação para tudo que havia preso em mim
Eu senti com todos os sentidos
Toquei estrelas
Vivi todos os amores que eu gostaria
Criei mundos que me cabiam
E o que não me cabia, transbordei poesia
Eu vi palavras mudarem vidas
E vidas se tornarem palavras
E nelas fiz meu abrigo
Que me aqueceram no frio
E me iluminaram no escuro
Eu deixei de ser criança só
E brinquei de perder-me nas entrelinhas
Lá deixei medos, dores, dissabores
Lá tive amor, esperança e aventura
E quem diria que abrir um livro me levaria
A dançar na ciranda divertida das palavras
Eu que nunca gostei de boneca
Brinco até hoje num carrossel de poesias.