PRÉ CONCEITOS
Tenho pena de você mas, não lamento.
Você que me julga, por crenças limitantes,
Não viveu metade do que vivi antes.
Espero que, um dia
Você tenha ousadia
Coragem pra apreender
A palavra alforria!
Não, não me peça para pensar...
No senso comum, nunca foi o meu lugar
Pois este, só fez meu povo sangrar.
Eu não sou servo, você não é senhor
Apesar da sua cor, não tente me limitar
Pois , eu sei do meu valor.
Graças aos meus ancestrais,
Vocês está nos anais
De um povo opressor.
Massacrou culturas, costumes e tentando catequizar.
Não.
Eu não me limito. Sou mais forte que você.
A riqueza que você tem, não foi você quem fez.
Fomos nós o povo, que hoje
Você diz que há heresia
Em tudo que a gente crê.
Não somos filhos de Maria?!
E sim, filhos de Aruanda,de Gege, Nagô, Ciganos...
O que pra você é utopia,
Para nós é Mais-valia
De seu caráter obsessor.
Eu sei que você tem medo
Pois a melhor defesa é o ataque.
O problema é todo seu
Enquanto toco meu atabaque.
Não me peça para entender
E dizer, tá tudo bem...
Minha visão vai além
E não sou ignorante
Como você... não tenho crenças limitantes.
Onde há um limiar, entre você e meu lugar.
O problema é todo seu.
Enquanto você ficar
Nessa "vibe" de senhor,
Meu povo vira doutor, sem herança e sem ajuda.
Pois somos nós, tāo fortes
Que você prefere a morte,
Do que entender nosso valor.
Vai vivendo e, vai vendo
Enquanto você tá na bolha,
Nós lutamos pela escolha
De não sermos mais oprimidos,
Sem sussurros e gemidos.
Pois somos um povo aguerrido,
Para desmontar o Senhor.
Quando você acordar
Vai ficar sem entender
Porque esse povo tão sofrido
Massacrado e oprimido
Hoje é tudo doutor.