Pétalas ao vento...

Nas ruas de São Luís do Maranhão, sob o céu azul pontuado por nuvens que pareciam bailarinas celestes, uma história de amor tomava forma. Pétalas de rosas dançavam ao vento, guiadas por mãos invisíveis, testemunhando o enredo que se desenrolava entre becos estreitos e casarões centenários.

Quando te vi naquele vestido amalero, amarelo como os raios de sol que deslizam sobre a cidade ao entardecer, foi como se o tempo abrandasse. Teus passos eram poesia em movimento, atravessando as vielas estreitas do centro histórico, cada passo um verso na melodia da nossa história.

Buquê de flores se mesclava à brisa marítima que perfumava os jardins de São Luís, enquanto teu sorriso, radiante como o farol que guia os navegantes, iluminava cada canto por onde passavas.

Beijo suave, roubado pelo vento brincalhão que dançava entre os casarões coloniais, uniu nossos lábios num momento efêmero, mas eternizado na memória como um capítulo imortal.

Teus olhos azuis eram como o céu de um verão sem fim, refletindo a serenidade e a profundidade de um oceano infinito. Neles, enxerguei a história da cidade, suas glórias e desventuras, mas também vi refletido o nosso breve romance.

Lembro do teu sorriso, tão brilhante quanto o sol que se põe sobre a Baía de São Marcos, lançando cores suaves sobre os casarios coloridos e as ruas de pedra.

Teu cheiro era uma mistura de jasmim e sal marinho, uma essência única que embalava nossos momentos, impregnando-os de nostalgia e desejo.

Você se aproximou e me pediu uma informação, eu bobo e apaixonado, vi nas entrelinhas daquele simples pedido um convite para desbravar juntos os labirintos da cidade, os olhares e os sorrisos trocados transformando-se em promessas sutis de um futuro incerto.

Lugares se tornaram testemunhas silenciosas dos nossos encontros fugazes. Nas praças e nos mirantes, na sombra dos casarões coloniais e nos bancos à beira-rio, traçamos nossa história.

Existência se tornou um verso inacabado quando, de repente, você se foi. Um poeta triste e apaixonado, vagando pelas vielas estreitas, procurando nos livros da literatura inglesa um refúgio para acalmar a saudade que tomou conta do peito.

Você estava lendo "Romeu e Julieta", talvez buscando na tragédia daquele amor impossível algum eco do que vivemos, ou quem sabe, encontrando nos versos de Shakespeare um consolo para nossa própria história de amor, intensa e fugaz como um soneto.

E assim, as pétalas de rosas continuaram a dançar ao vento, testemunhando silenciosamente a melancolia e a beleza desse romance efêmero pelas ruas da encantadora São Luís do Maranhão.

Pasia Aventuristo
Enviado por Pasia Aventuristo em 19/11/2023
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