Humana

Sou humana. Sou forte. Sou guerreira. Tenho poder para destruir toda uma vida. E recriar outra inteiramente nova e desconhecida. Tenho coragem de me deixar morrer, e renascer do fogo, da lágrima ou do amor. Carrego, porém, cicatrizes profundas. Feridas cruas que parecem fechadas, mas sangram. Não me permito moldar por tudo que vivi, mas minha história é parte de mim e o passado, feito sombra, vira poeira, e no caos o vento traz tudo à tona. É aquele velho engano de parecer uma lição concluída. Se o aprendizado não é efetivo, o fantasma assombra e o medo traz o movimento de cura novamente. E assim será a me conduzir por esses estranhos caminhos guiados pelas minhas escolhas mais difíceis. Nada disso, porém, te dá o direito de me julgar, pelas estradas tortas, pela negligência ou todo o cansaço que me acompanha por essa vida. Sou humana. Repito. Sou humana. Exatamente como você. Ou será que você acredita ter feito só escolhas corretas? Se você fosse perfeito o que estaria fazendo aqui nesse planeta escola, onde viemos para aprender novas e velhas lições, nos melhorar e purificar um pouco do nosso espírito sedento de paz e luz? Eu assumo minha condição imperfeita. Sei dos meus erros, não foram poucos, e reconheço as minhas conquistas. Olho as curvas de tudo que vivi e penso que fiz o melhor que pude em cada ponto de partida e chegada. Já colecionei alguns arrependimentos, mas hoje, sob a benção do poderoso auto perdão, entendo o caminhar por um outro prisma, e honro a tudo que me fez ser exatamente quem eu sou. Esse mosaico de cacos coloridos. Esse coração muitas vezes remendado, mas ainda inteiro o suficiente para amar. Eu mereço! Eu aceito! Eu confio! E nada, nem ninguém vai me fazer acreditar em menos do que isso!

*Si*