A PALAVRA MÁGICA
“Certa palavra dorme na sombra / de um livro raro. / Como desencantá-la? / É a senha da vida / a senha do mundo. / Vou procurá-la. / Vou procurá-la a vida inteira / no mundo todo. / Se tarda o encontro, se não a encontro, / não desanimo, / procuro sempre. / Procuro sempre, e minha procura / ficará sendo / minha palavra.”
Carlos Drummond de Andrade
Mas onde encontrar esta palavra mágica, este verbete que nos mostre a beleza ou a aridez do mundo que está aí à nossa volta?
Todos nós a temos, todos nós a conhecemos.
Contudo, como encontrá-la?
Fazer poesia é garimpar em terreno pedregoso, repleto de seixos ou, às vezes, de abundante oferta.
O poeta é, portanto, garimpeiro das palavras e lapidador ao mesmo tempo.
Se a poesia, como dizem alguns, nasce da alma, somente aqueles de alma generosa e doce serão capazes de fazê-la.
Ao mergulharmos nos escritos de alguns poetas, na multiplicidade de seus temas, na precisão de suas palavras, na sua linguagem às vezes quase telegráfica, temos a impressão de que somos seus velhos amigos, que os conhecemos profundamente.
E logo descobrimos que a Literatura Brasileira é muito mais grandiosa do que aquilo que aprendemos nos livros escolares. Carlos Drummond, Adélia Prado, Vinícius de Moraes, e tantos outros poetas que se destacaram, são apenas alguns exemplos do que temos em nosso país em se tratando de gente com enorme talento neste campo da arte.
Anália Maria e Gilberto Martins