Sempre pra sempre

Sonhei nós dois outra vez. Era assim: Perdíamos a memória, os dois. E cada um estava em uma ponta do mundo, vivendo sem menção do outro, sem dar por isso. As vezes talvez um cheiro, um gosto, um arrepio nos pelos do braço, coisas assim de quase lembrança. Até que, aos poucos, junto do mover das coisas, do sinal fechado, do esbarrar no meio da praça, do pedir informação, do acaso puro e essencial, a gente se encontrava de novo.

Não sabíamos quem éramos, nem o porque desse magnetismo, mas uma coisa era certa: independente de quantas vezes se refizesse a vida, ia ser sempre a primeira vista, ia ser sempre pra sempre.