AO FANTÁSTICO DA "CASUALIDADE", É QUE DEDICO ESTAS LINHAS...
Ao meu fugido e fantástico destino, é que dedico estas poucas linhas, que tão meramente valoram a ausência de mágoas, energias vãs. Dedico-as a mim próprio enquanto aquele menino encantado pelo fantástico de bastante efêmeras águas, riacho que perde a força de correr, e seca ou transmuta-se ante o desflorestamento. Dedico-me, pelo ensinamento que me amadurece a Consciência e me honra a memória a respeito de uma noite de desnudez etérea, desconcerto do que eu ainda não era, e não o sabia ser; à segunda, terceira e quarta noites, em que luzes se acenderam, também é que dedico a materialidade destas linhas. À ilusória e fantástica "casualidade", é que dedico esta verbalização ruptural da minha própria maneira de interpretar o mundo, pois que tudo se expande em causa à subscrição do Criador. Ao meu deslocamento da matéria tridimensional, é que, ademais, dedico esta vibração magnética: que ela rompa as linhas retas e transcenda a lógica restrita de direção visual, e lhe chegue adversa àqueles versos rimadamente chorados que lhe desenhei. (Sou fractais soltos de batimentos cardíacos, e coexisto em vários lugares dentro de mim, tudo existe e se move: as memórias inapagáveis que me constroem). Então, dedico-me a fuga minha de me desviar o caminho e me espalhar pelo Universo. Posto não haja fogo, dedico esta chama regressa às loucuras que tive: deslocamentos da minha própria necessidade de reviver a Luz que me atormentara de alegria, e me ensinara a crer que ninguém é capaz de despertar o improvável, oculto, porquanto tudo que manifesto vem da minha própria expansão. Dedico-me, enfim, a eternização dos abraços poucos e cheios de luz que nos demos: não era réplica aquela perfeição que cabe no peito, que ainda resiste pulsando sem ferida. Dedico-as, sobremaneira, ao meu desejo de que estas linhas lhe alcancem acidentalmente camufladas de "casualidade", embora a causalidade é que exista à Soberania do Criador. Ao que já estava escrito, é que dedico estas causadas linhas.
(Transmutação de um soneto mal-escrito para uma prosa subscrita no tempo.
Haja louCURA; haja vida!)