De Passagem
Era fim de noite, uma respiração profunda, acariciava os ares quentes do verão, nem tão pouco, nem por todo instante, o que circundava não era ilusão.
Só sabia os ares, demonstrar mutuamente o desejo infindo por imersão, cercando os lados, sem impedimento, o que existia era "querer por que não?."
Magestosamente, a beleza cintilante despojava no ápice, livre de traição, o olhar só olha sem haver recusa, naquela esquina escura, a rua foi o vão.
Pensamento a bordo de uma locomotiva, metro de limite ou conexão, disposto a quebra de silêncio ou simples fala por percepção.
Desfeito o limite, se cruzam os odores, cheiro de perfume a exalar, sorrisos largos não tenderam, mas a sanha internamente se fez representar.
Estranhos reais, que precisaram apenas cruzar caminho para se tornarem instintivos no sentir além.
Carla Bezerra