Quria escrever-te uma carta (amor)
E nela, escrever o que não se lê;
O que se sente, e o coração aquece:
Escrever-te o que não se vê;
Vou escrever o amor;
Escrever a paixão;
Vou escrever-te uma carta;
Vou imaginar os teus lábios moverem-se com o que te escrevi;
Não, vou imaginar-te a ler baixinho, tão baixo que não se ouve a voz;
Ah, a tua voz, vou escrever sobe ela na carta;
O coral de amores que é cada palavra que tua boca canta;
Amor, espero que sejas a moda antiga, daquelas que gostam receber cartas;
Ah, vou acompanhar com flores, rosas como tu, perigosamente belas;
Vou escrever nela a tua beleza e imaginar-te a corar de vergonha;
Imagino-te a sorrir, então vou escrever também com o teu sorriso, que encandeia luz do sol pura;
Mas para onde envio a carta, não tens endereço (amor), amor sem rua;
Já não vou escrever, eu serei a carta, segurando a rosa, vou dizer tudo que te queria escrever;